Alguém me disse uma vez que ler livros me tornavam anti-social. Fiquei chocada. Mas vindo de uma pessoa que não gostava de ler, diminui o choque para metade.
Não considero que ler torne uma pessoa anti-social, mas sim selectiva daquilo que interessa. O meu exemplo, ou seja, aquilo que acontece comigo, estou à espera do autocarro, leio um livro. Estou na sala de espera para uma consulta, leio um livro. Não tenho nada com que me ocupar, leio um livro. Se o livro for bom o suficiente, porque não ficar a lê-lo o dia todo? Ah pois, uma pessoa tem de trabalhar, senão não há dinheiro para mais livros.
Voltando à questão de um livro tornar uma pessoa anti-social, estar agarrado ao telemóvel não é ser anti-social também? Se não ignoramos a pessoa que está ao nosso lado com um livro, ignoramos agarrados ao telemóvel. A ver o Facebook dos amigos, a ver vídeos ou mesmo a jogar. Então qual é a diferença? Porque é que não posso ser anti-social da forma que me dá mais prazer, se hoje em dia o ser humano é cada vez menos um ser social?
Estas são as vantagens do meu método de eleição para ser anti-social:
- melhoro o meu vocabulário, seja em português, inglês ou outra língua qualquer em que se encontre o livro;
- liberto a minha imaginação, ao criar cenários e personagens na minha cabeça e é como se estivesse a viver a história;
- relaxo do stress que acompanha a vida todos os dias;
- e agradeço à pessoa que teve a incrível ideia de criar uma história que me envolve e me deixa uma anti-social feliz.
Ler livros torna-nos anti-sociais? Então ainda bem que somos muitos a ser anti-sociais.
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